William Butler Yeats

Poesia em língua inglesaUltimamente, por uma série de associações, os temas por aqui têm estado mais para o "mundo de lá" do que o "mundo de cá".

Enfim, uma coisa leva a outra e chegamos a este belíssimo poema do irlandês William Butler Yeats (1865-1939), prêmio Nobel de Literatura de 1923, um dos poetas mais influentes da literatura moderna inglesa no século XX.

O poema abaixo é parte integrante do volume de traduções de Péricles Eugênio da Silva Ramos, "Poemas de W. B. Yeats", Editora Art, 1987 e tem como base o original: "The Poems - W. B. Yeats", editado por Richard J. Finneran, Macmillan, Londres, 1984.

Death
(William Butler Yeats)

Nor dread nor hope attend
A dying animal;
A man awaits his end
Dreading and hoping all;
Many times he died,
Many times rose again.
A great man in his pride
Confronting murderous men
Casts derision upon
Supersession of breath;
He knows death to the bone -
Man has created death.


Morte
(Tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos)

Medo não tem, nem esperança,
Um animal a agonizar:
Aguarda um homem o seu fim,
Tudo a temer, tudo a esperar;
Já muitas vezes morreu ele,
As muitas vezes retornando.
Em seu orgulho, um grande homem,
Homens que matam enfrentando,
Sobre a substituição da vida
Atira um menosprezo forte;
Sabe ele a morte até os ossos
- Foi o homem quem criou a morte.


Cada sentença é econômica, essencial, precisa e definitiva: "Many times he died, many times rose again", quem não morreu algumas vezes e renasceu outras tantas. Concluindo, o que devemos temer se o próprio homem inventou a morte.

Comentários

Unknown disse…
Associações, coincidências...
Sexta-feira estive no show do Keane no Citibank Hall. Keane é um grupo pop que ainda salva esse estilo no mundo. Obviamente que para fazer isso eles não poderiam ser americanos, são ingleses de East Sussex. Fato importante que já mostra o estilo de música: não há guitarra no palco. Somente uma bateria, um teclado e um vocalista.
Pois bem, a coincidência a que quero chegar é: Yeats foi declamado em pleno show. A música "A Bad Dream" foi baseada no poema "An Irish Airman Foresees his Death"
É ou não é a salvação do pop pela mão dos ingleses. Recomendo: Keane.

An Irish Airman Foresees his Death
William Butler Yeats, 1917

I know that I shall meet my fate
Somewhere among the clouds above;
Those that I fight I do not hate
Those that I guard I do not love;
My country is Kiltartan Cross,
My countrymen Kiltartan’s poor,
No likely end could bring them loss
Or leave them happier than before.
Nor law, nor duty bade me fight,
Nor public man, nor cheering crowds,
A lonely impulse of delight
Drove to this tumult in the clouds;
I balanced all, brought all to mind,
The years to come seemed waste of breath,
A waste of breath the years behind
In balance with this life, this death.
Alexandre Kovacs disse…
Excelente Hugo!
Não é a primeira vez que o pop (obviamente não o pop americano) flerta com Yeats, a banda irlandesa Cranberries desenvolveu a bem elaborada letra de "YEATS' GRAVE" (note que as associações mais uma vez nos levam ao "mundo de lá"):

Silenced by death in the grave
W B Yeats couldn't save
Why did you stand here
Were you sickened in time
But I know by now
Why did you sit here?
In the GRAVE

W.B. Yeats "Second"

Why should I blame her,
that she filled my days
With misery or that she would of late
Have taught to ignorant men most violent ways
Or hurled the little streets upon the great
Had they but courage
Equal to desire

Sad that Maud Gonne couldn't stay
But she had Mac Bride anyway
And you sit here with me
on the isle Inistree

And you are writing down everything
But I know by now
Why did you sit here
In the grave...

Why should I blame her
Had they but courage equal to desire
Vera do Val disse…
Obrigada pelas visitas e comentários no Rosebud Livros. Sim, este poema de D H Lawrence, traduzido pelo José Paulo Paes para o seu " Poesia Erótica" diz tudo. É um dos meus prediletos.
Gde abraço.
vera do val
Barros (RBA) disse…
"Da briga do homem com outros surge a retórica; da briga do homem consigo mesmo nasce a poesia".

Como já mencionei em outro comentário, foi fazendo conexões entre autores diversos ao ler notas biográficas de um e de outro, que fui construindo um critério próprio para minhas escolhas literárias. E no caso de Yeats, também foi assim.
Oscar Wilde, irlandês como Yeats, foi um dos primeiros a escrever sobre o então jovem poeta, e, em 1889, publicou uma resenha de "As peregrinações de Oisin" e outros poemas, onde após afirmar que livros de poesias escritos por poetas jovens são em geral notas promissórias jamais resgatadas, observava que às vezes nos deparamos com um volume que está tão acima da média que é impossível resistir à tentação de predizer um belo futuro para seu autor.
E um outro grande poeta que teve grande influência no aperfeiçoamento de seu estilo foi Ezra Pound.
Anônimo disse…
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