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Mostrando postagens de setembro, 2007

Cães e literatura

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O cão é uma evolução do ser humano, não tenho a menor dúvida. Para quem ainda não acredita em tal asserção, na foto aí ao lado está o querido e simpático Pingo que não me deixa mentir, com toda a sua desinteressada lealdade e inteligência nata, própria de um autêntico vira-lata. A primeira citação sobre cães na literatura, que me ocorre no momento, é na Odisséia de Homero, quando Ulisses, após longo exílio e diversas  venturas, retorna à ilha de ítaca disfarçado de mendigo e é reconhecido apenas por Argos seu cão já velho e sem forças para qualquer outra ação além de abanar o rabo ao reencontrar o dono. Ulisses então chora; nem mesmo o deus Poseidon, com toda a sua fúria e poder havia conseguido fazê-lo chorar. A passagem acima está destacada na introdução do excelente: “ Da dificuldade de ser cão ” de Roger Grenier (Editora Companhia das Letras - Publicação de 2002), onde são apresentadas várias histórias sobre famosos autores como Camus, Sartre, Voltaire, Kafka e seus amigo

Bernardo Carvalho - Mongólia

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Bernardo Carvalho - Mongólia - Editora Companhia das Letras - 192 páginas - Lançamento: 03/10/2003. Antes de mais nada, aproveito a oportunidade para divulgar o blog que Bernardo Carvalho está escrevendo da cidade de São Petersburgo por conta do projeto Amores Expressos , patrocinador do diário de bordo de alguns autores da literatura nacional ao redor do mundo. Como o próprio Bernardo Carvalho afirma em sua primeira postagem do projeto: " Não é que não goste; eu detesto blog ", logo é interessante conferir como um autor novo, porém já consagrado pela crítica, consegue lidar com esta ferramenta maldita. Mongólia  foi vencedor dos prêmios APCA (2003) e Jabuti (2004), custeado por uma bolsa criada pela editora portuguesa Livros Cotovia e pela Fundação Oriente , de Lisboa. Para escrever o livro, mistura de diário de viagem e ficção, Bernardo Carvalho percorreu, durante dois meses, cinco mil quilômetros pelo interior da Mongólia. Um diplomata brasileiro recém-che

Finalistas do Booker Prize 2007

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Foram anunciados os seis finalistas da edição de 2007 do mais conceituado prêmio de literatura em língua inglesa, o Man Booker Prize . Este ano a shortlist , composta por seis autores, selecionou os seguintes romances: Darkmans - Nicola Barker The Gathering - Anne Enright The Reluctant Fundamentalist - Mohsin Hamid Mister Pip - Lloyd Jones On Chesil Beach - Ian McEwan Animal’s People - Indra Sinha Ian Mc Ewan tem chance de se juntar ao seleto time de autores que já ganharam por duas vezes o Booker Prize ("On Chesil Beach" já foi traduzido e lançado este ano no Brasil pela Companhia das Letras). Até o momento, somente Peter Carey e J M Coetzee conseguiram esta distinção. O vencedor do Man Booker Prize, edição de 2007, será anunciado somente em 16 de Outubro. Segue abaixo a relação completa de ganhadores do Man Booker Prize desde sua criação: 1969 - P H Newby - Something to Answer For 1970 - Bernice Rubens - The Elected Member 1971 - V S Naipaul -

Fernando Meirelles - Blindness

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Fernando Meirelles, premiado cineasta brasileiro e diretor de " Cidade de Deus " (2002) e " O Jardineiro Fiel " (2004), criou um blog para descrever a rotina de filmagens de " Blindness ", filme que está tendo a sua primeira parte rodada no Canadá e com roteiro baseado na obra " Ensaio sobre a Cegueira " de José Saramago. O elenco será formado por atores do nível de Julianne Moore, Gael García Bernal e Danny Glover. Existe a previsão de filmagens complementares em São Paulo e no Japão. Cinema e Literatura podem render bons resultados como foi o caso da excelente produção nacional " Lavoura Arcaica " de 2001 que conseguiu preservar a atmosfera e até alguns diálogos do livro de Raduan Nassar. "Ensaio Sobre a Cegueira" é, sem dúvida, um dos melhores romances de Saramago. Fica a questão de como o roteirista conseguirá preservar a oralidade caudalosa da prosa de Saramago e manter o ritmo cinematográfico. Este diário vi

Juan Carlos Onetti - A vida breve

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Juan Carlos Onetti - A vida breve - Editora Planeta - 360 páginas - Publicação 2009 - Tradução de Josely Vianna Baptista. Realidade e ficção se confundem na prosa dolorosa, amarga e desesperançada do uruguaio  Juan Carlos Onetti (1909-1994), referência e influência na literatura moderna latino-americana em obras de escritores como Carlos Fuentes e Mario Vargas Llosa. O argentino Julio Cortázar (1914-1984) outro escritor difícil e original, apontava Onetti como "o maior romancista latino-americano". Em "A vida breve", considerado pelo próprio Onetti como seu melhor romance e publicado originalmente em 1950, o publicitário fracassado Juan María Brausen, está obcecado pela intervenção cirúrgica que sua mulher sofrerá para retirada de um seio, como Onetti descreve pela ausência no seguinte trecho: "Então terá chegado a hora de minha mão direita, a hora da farsa de apertar no ar, exatamente, uma forma e uma resistência que já não existiam e que ainda