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Mostrando postagens de setembro, 2015

Zadie Smith - NW

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Zadie Smith - NW - Editora Companhia das Letras - 336 páginas - tradução de Sara Grünhagen - Lançamento 29/04/2014. Este é o quarto e mais recente romance de Zadie Smith, lançado originalmente em 2012 e sucessor do premiado "Sobre a Beleza" . A sigla  NW (North Westhern) representa uma das áreas do código postal da cidade de Londres, subdividida de NW1 à NW11, sendo a área NW6 relativa ao distrito de Kilburn, uma região pobre e caracterizada por uma grande variedade étnica devido à presença de imigrantes, ou descendentes de imigrantes, de todo o mundo, principalmente da Irlanda, Índia, África e Caribe. Uma região onde a própria Zadie Smith, filha de um inglês com uma jamaicana, cresceu. O departamento de criação da Editora Companhia das Letras foi feliz no projeto da capa interna do livro ao remeter à ideia de um caleidoscópio, nada mais apropriado à característica multicultural e multiracial urbana do romance. NW cobre o período da década de 1970 até os dias de hoje

Shortlist do Man Booker Prize 2015

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Divulgada a lista dos seis finalistas (shortlist) do Man Booker Prize, versão 2015. O romance vencedor será anunciado no dia 13 de outubro em Londres, com premiação de 50 mil libras (aproximadamente 70 mil euros), além do prestígio que representará um aumento de divulgação e vendas no mercado internacional, Brasil inclusive (ano passado o vencedor foi o australiano Richard Flanagan com "O caminho estreito para os confins do norte" ).  Os juízes comentaram sobre a variedade de estilos, patrimônio cultural e origens literárias distintas dos escritores selecionados.  Este é o segundo ano em que o prêmio, concedido pela primeira vez em 1969, foi aberto a escritores de qualquer nacionalidade, desde que o livro tenha sido escrito originalmente em inglês e publicado no Reino Unido. Anteriormente a premiação era aberta somente aos autores do Reino Unido e Commonwealth, República da Irlanda e Zimbabwe. Segue abaixo a relação completa com links para mais informações sobre os au

Descubra o que nos torna humanos

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É difícil resumir este projeto em poucas palavras, o cineasta Yann Arthus-Bertrand levou 3 anos coletando histórias da vida real através de mais de 2.000 entrevistas em 60 países. Trabalhando com uma equipe de tradutores, jornalistas e câmeras, registrou relatos pessoais e emocionais de assuntos que unem a todos nós: lutas contra a pobreza, a guerra, a homofobia, o futuro do nosso planeta, combinados com momentos de amor e alegria, além de lindas imagens aéreas.  "Eu sonhei com um filme em que a força das palavras ampliasse a beleza do mundo. As pessoas me falaram de tudo, das dificuldades de crescer, do amor e da felicidade. E é toda essa riqueza que é o centro do filme HUMAN. Esse filme representa todos os homens e mulheres que me confiaram suas histórias. O filme se tornou o mensageiro deles." - Yann Arthus-Bertrand. O filme teve a sua estréia internacional na sessão especial do Festival de Veneza e na sede das Nações Unidas. Para saber  mais sobre o Projeto  Hum

"Zap", um conto visionário de Moacyr Scliar

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Foto de  divulgação de Lisette Guerra  para a mostra "Moacyr Scliar - O Centauro do Bom FIm" Um conto do mestre Moacyr Scliar (1937-2011) publicado em 1995, época distante que podemos considerar como pré-facebook e pré-WhatsApp, mas que já apontava um comportamento idiotizado da sociedade relativo à televisão e ao uso compulsivo do controle remoto. Na verdade, hoje sabemos que esta ainda era uma fase de transição pré-idiotizada se compararmos ao uso angustiante do aplicativo WhatsApp, carinhosamente adotado no Brasil como zapzap em uma evolução da onomatopéia ilusória original "zap" e do verbo "zapear". Enfim, vale a pena lembrar o conto de Scliar que nada tem de idiota, como tudo que ele escreveu, um exemplo da mais pura literatura. Zap (Moacyr Scliar) Não faz muito que temos esta nova TV com controle remoto, mas devo dizer que se trata agora de um instrumento sem o qual eu não saberia viver. Passo os dias sentado na velha poltrona, muda

As fotos da vida como ela deveria ser, por Robert Doisneau

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"O dente" (1956) e "A informação escolar" (1956) O fotógrafo Robert Doisneau (1912-1994) declarou uma vez  que " não tirava fotos da vida como ela é, mas sim de como queria que ela fosse" . É exatamente o que sentimos ao notar nas fotos acima o  ar de descoberta com que os garotos inspecionam o dente do colega na sala de aula ou a expressão de concentração do menino que parece efetuar algum complicado cálculo mental, enquanto o seu vizinho tenta com o canto do olho copiar as respostas. Emoções simples e que andam meio esquecidas, sendo hoje o fotojornalismo mundial apenas um espelho de crueldades intermináveis. "As crianças da praça Hébert" (1957) Robert Doisneau ficou conhecido como o fotógrafo das ruas de Paris e do cotidiano do povo francês, mas o sentimento despertado por suas imagens é universal, prova do valor artístico do seu trabalho. No caso dele, a técnica não é tão importante quanto o flagrante do inesperado, a história

Ukiyo-e, a beleza do mundo flutuante

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Utagawa Kunisada (1786-1865)  O sistema de produção das tradicionais gravuras japonesas, conhecidas como ukiyo-e (imagens do mundo flutuante em tradução literal), tem como base a técnica da xilogravura que consiste em gravar blocos de madeira para gerar múltiplas impressões. Este tipo de expressão artística é muito representativo da cultura japonesa e obteve maior desenvolvimento e interesse popular durante o período Edo (1603-1868) com o surgimento de uma burguesia consumidora de temas como: atores do teatro kabuki, lutadores de sumô, paisagens da natureza e, principalmente, o ideal de beleza feminina, através de cortesãs reais e geishas, algumas vezes erotizadas. A imagem acima, de Utagawa Kunisada (1786-1865), apresenta o processo de criação das estampas em suas diferentes etapas. Toshusai Sharaku (? - 1795) e Kitagawa Utamaro (1753-1806) Acima, a imagem da esquerda é a representação do ator de teatro kabuki Otani Onjii II, criação de Toshusai Sharaku em 1794, disponív

Granta Vol. 13 - Traição

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Granta Vol. 13 - Traição - 304 páginas - Editora Objetiva, Selo Alfaguara, lançamento 01/05/2015. Esta é uma das melhores edições da Granta Brasil e também uma das mais globalizadas, incluindo traduções de autores do hebraico, sueco, japonês, chinês, inglês, além é claro dos autores locais. O tema ajuda bastante já que a traição é abordada com sutileza e criatividade , não se limitando à traição explícita ou implícita entre casais, forma normalmente abordada em contos e romances (ler aqui   20 traições famosas na literatura  pelo Mundo de K), mas também a deslealdade a um sistema de governo, família ou amigos; seja no passado, no presente ou até mesmo em um futuro distópico.  O time de autores brasileiros desta seleção é formado por  José Luiz Passos ,   Alice Sant'Anna ,   Paulo Scott ,   Adriana Lunardi   e   João Anzanello Carrascoza . O ensaio fotográfico, tradição da Granta Brasil, não é de autoria de um fotógrafo contemporâneo, mas sim de Juan Gutierrez , cidadão esp

O discreto surrealismo de Slava Fokk

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Detalhe de "Lady in Fur" de 2013 As pinturas de Slava Fokk apresentam um discreto toque de surrealismo, sempre utilizando cores vibrantes o artista criou uma espécie de tropicalismo eslavo. Segundo informações de divulgação do artista, o seu trabalho é uma fusão do neoclassicismo e arte moderna, influenciado pelo estilo Art déco e também pelo pintor expressionista alemão Otto Dix. Em 2001 Slava Fokk organizou sua primeira exposição individual em Moscou e em seguida, entre 2002 e 2006, participou em mais de 20 exposições e projetos de arte. Mudou-se para os EUA em 2007, onde passou uma temporada até o seu retorno para a Russia onde vive até hoje em Moscou. "Single Bird" e "Stranger" de 2013 Slava é de uma família tradicional de artistas e nasceu em 1976, em Krasnodar, sul da Rússia.  Como sempre, sugiro clicar nas imagens para ampliá-las e também para conhecer mais exemplos de obras recentes visitar o  site oficial  ou a  fan page  do pinto

Para lembrar de Ana Cristina Cesar

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Fotos de Ana Cristina Cesar da base de dados do IMS Ainda no assunto sobre o Acervo de Literatura do Instituto Moreira Salles (IMS), não resisti à tentação de selecionar as fotos acima da inesquecível poeta Ana Cristina Cesar, um dos nove autores com documentação disponível no banco de dados. A última foto da montagem, a inferior da esquerda, é de 1983, ano da morte de Ana C. como também ficou conhecida. Ler aqui a biografia resumida dela no site do IMS e a carta abaixo para a sua professora da PUC, Maria Cecilia, datada de 1976 e extraída do precioso  "Correspondência Incompleta" - Instituto Moreira Salles e Aeroplano Editora: "Cecília, minha querida,  Estou sentindo dificuldade real de transar com as pessoas. Parece uma frase muito genérica, que se poderia dizer a qualquer momento da vida. Mas agora tem um sentido mais particular pra mim. Me sinto isolada, sozinha, sem amigos. Há os amigos, mas desconfio deles, acho sempre que não gostam de mim. Talvez eu e